"The greatest change we need to make is from consumption to production, even if on a small scale, in our own gardens. If only 10% of us do this, there is enough for everyone. Hence the futility of revolutionaries who have no gardens, who depend on the very system they attack, and who produce words and bullets, not food and shelter." - Bill Mollison

"All the problems of the world can be solved in a garden." - Geoff Lawton

Diário de Bordo

Kay Nielsen

Cortesia da Biblioteca Nacional da Nova Zelândia

A minha paixão pelas histórias começou essencialmente com a palavra. Primeiro na infância com a palavra oral através da minha Mãe, exímia contadora de histórias e guardiã de um considerável repertório de contos tradicionais e populares. Na adolescência descobri o fascínio pelas histórias através da palavra escrita, a Literatura. E embora o Cinema também me tenha sempre cativado enquanto meio de narrar, sempre privilegiei o texto à imagem e considerei a palavra como o meio por excelência para contar histórias.

Até ao momento em que fui Mãe e quis partilhar a paixão pelas histórias com os meus Filhos. Por essa altura começaram a entrar pela porta adentro livros infantis cada vez mais fabulosos e dei comigo a "ler" as imagens com o mesmo fervor e paixão com que lia os textos e a perder-me com a minha prole nos deliciosos detalhes da narrativa visual. Desde então, embora os textos continuem a ser uma paixão profundamente enraízada em mim, descobri e tenho vindo a interessar-me cada vez mais por esta forma de contar histórias visualmente que é a Ilustração. E é neste contexto que me apaixonei pelo trabalho de Kay Nielsen.

Kay Nielsen

Kay Nielsen, nascido na Dinamarca em 1886, pertenceu à geração da chamada Idade de Ouro da Ilustração que decorreu entre o final do Séc.XIX e o início do Séc.XX. Apesar de contar vários ilustradores contemporâneos entre os meus favoritos, confesso que sou completamente apaixonada pela maior parte dos ilustradores daquela época e que me identifico muito particularmente com aquele período da história da Ilustração. Aliás, nomes como por exemplo, Arthur Rackham ou Edmund Dulac, permanecem uma referência nesta área e continuam a influenciar ilustradores até aos dias de hoje.

Dos muitos ilustradores e ilustradoras que marcaram aquele período, a narrativa visual de Kay Nielsen está entre as que mais me intrigam e fascinam. Embora toda a estética do Art Nouveau e Art Déco e as influências asiáticas subjacentes à época estejam bem presentes na sua obra, o imaginário feérico e onírico de Nielsen é muito particular e a sua sensibilidade gráfica impregna as suas obras de uma modernidade que tenho dificuldade em explicar. Só sei que me encanta. Como a voz da minha Mãe há muito anos atrás.

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