"To be hopeful in bad times is not just foolishly romantic. It is based on the fact that human history is a history not only of cruelty, but also of compassion, sacrifice, courage, kindness. What we choose to emphasize in this complex history will determine our lives." - Howard Zinn

 

…podia ter sido um dia perfeito…

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O dia começou relativamente cedo. Um pouco antes das nove, o César conduziu o Maxi-Puto e uma amiguinha ao ponto de recolha para o torneio de xadrez da escola. Eu fiquei com o Mini-Puto em casa. Aproveitei para lhe ler vários livros infantis. Quando o Maxi era mais novito, conseguimos estabelecer uma rotina muito regular de leitura ao deitar. Hoje temos um jovem leitor em casa. Com o Mini-Puto não tem sido tão fácil, porque os horários escolares do irmão mais velho impõem outras prioridades na nossa rotina, nomeadamente garantir a ambos as horas de sono necessárias. Agora, vou procurando criar oportunidades durante o dia para usufruirmos desses momentos tão especiais mãe-filho e que tanto contribuem para fortalecer os laços e o desenvolvimento. E ainda estamos um pouco atrasados. Quando o Maxi tinha a idade do Mini (três anos) já tínhamos hábitos de leitura mais consolidados. Por isso, ontem foi muito inspirador reencontrar os mundos fabulosos que povoaram a infância do Maxi e partilhá-los com o Mini.  Um livro em particular continua a deixar-me maravilhada ao fim de tantos anos. E o Mini adorou-o. Muito pouco texto, mas tanto para contar…”Lemos” juntos as magníficas ilustrações, embrenhando-nos naquele mundo extraordinário e - por um momento - estivemos lá, naquele lugar tão especial. Eu já sei bem de Peter Geibler e Almud Kunert.

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Quando o César regressou, tomámos um pequeno almoço de reis: sumo das nossas belas laranjas e torradas.

Em seguida, fomos para o quintal. Temos lá imenso trabalho à nossa espera. Com tanta chuva e tão poucas abertas pelo meio para cuidar do terreno, vai-se acumulando um matagal de urtigas em todo o lado. Para mim que andava cheia de saudades do sol, tê-lo visto espreitar foi uma festa. E também para o Mini-Puto que não tem podido sair para brincar lá fora.

Montámos o compostor novo. Tivemos que adquirir outro, porque o que comprámos no verão está cheio e a abarrotar. Já esteve cheio várias vezes, mas depois vai sempre abatendo e volta a ter espaço… mas agora, como o frio deixa os “bicharocos” menos ativos, não tem abatido à mesma velocidade, nem o suficiente para dar vazão à matéria orgânica que se vai acumulando. Estavam a acumular-se no chão as laranjas caídas em resultado do mau tempo e foi mesmo necessário outro porque temos uma imensidão de matéria orgânica para limpar. Foi uma boa altura para esta aquisição. Calhou mesmo bem. Como ainda não começou a época com os novos artigos de jardinagem, conseguimos numa loja ficar com o compostor que estava em exposição desde o ano passado e a um preço muito mais convidativo do que outros que temos visto por aí. Apesar de ser bem grande, ficou logo quase meio com as laranjas e as urtigas que limpámos de uma pequena área do terreno e com as cinzas da lareira e da bailarina.

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Aproveitámos também que estávamos com a mão na massa e colhemos algumas urtigas para secar e para o chorume. Para o chorume, temos estado a tentar encher um balde com água da chuva, mas já devíamos ter começado muito mais cedo. Tem sido um ano de tanta chuva, mas só a semana passada é que fomos buscar um balde capaz para o efeito... Pode ser que ainda encha. Não pára de chover.

Entretanto, o César foi para dentro preparar-nos um almocinho (já um bocadito tardio!), enquanto eu acabava de retirar umas daninhas e limpava o canil.

Depois do almoço, o César dedicou algum tempo à galeria do Paginário.pt. Pelo meu lado, entre outro afazeres, lavei as urtigas e deixei-as a escorrer. Limpei as cascas das laranjas usadas no sumo matinal e coloquei-as em vinagre. Já usamos vinagre nas limpezas há algum tempo. Na cozinha, usamo-lo para desinfetar as saladas cruas e as bancadas no dia a dia. A lixívia ficou reservada para as limpezas sazonais e apenas porque ainda não sabemos como viver sem ela. Dos outros produtos que enchem as prateleiras dos supermercados, a pouco e pouco andamos a aprender a fugir em nome da nossa saúde, da saúde do nosso planeta e da saúde do nosso bolso! Entretanto, no Facebook circulou uma informação a gabar a utilização das cascas de laranja para perfumar o vinagre e usá-lo como produto de limpeza… como estamos neste momento na nossa época de sumos de laranja naturais resolvemos experimentar a ideia e aproveitar melhor as montanhas de cascas que daí resultam. Ficámos muito contentes com o resultado. O vinagre fica com um perfume tão agradável! Resulta mesmo bem. Aprovado e a integrar nos hábitos da casa!

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Ao final do dia, o César recolheu o Maxi e a sua colega/amiga de infância e trouxe-os para as respetivas casas. Fomos então bombardeados com o entusiasmo do nosso jovem Maxi exausto e eufórico! O Mini em contrapartida bombardeou o irmão com mimos. Tinha levado o dia todo a barafustar connosco por o termos levado logo pela manhã….

O dia teve tudo para ser perfeito, não fosse carregarmos esta mágoa pesada como chumbo…o Sr. M está hospitalizado e o quadro e prognóstico atuais arrasam quase por completo com a esperança que andávamos a alimentar há várias semanas. Quando a esperança morre, fica um grande vazio... Por agora é tudo o que temos coragem para partilhar sobre este assunto. Sobre ele, ficamos em stand by. Alimentando secreta e intimamente uma ténue réstia de  esperança…

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