Todos os anos as picadas de melgas e mosquitos moem o Minorca da casa. Já foi assim quando o Maxi era pequeno e a saga repete-se. Qualquer picada origina uma reação alérgica tremenda e a criança acaba por se ferir de tanto coçar. E como se não chegasse, quando são pequenos devem ter um odor particularmente atraente para estes insetos, porque parece que lhes cai um enxame em cima. Foi assim até este ano.
Nos anos anteriores tentámos de tudo o que era aconselhável para a sua tenra idade. Enquanto foi bebé, as opções eram muito poucas e nada eficazes. As redes nas janelas não chegavam. Os resultados com dispositivos de ultrassons e dispositivos eletrocutores foram nulos. O ano passado, como já estava mais crescido, até tentámos uma solução que detestamos: os difusores de inseticida. Claro que não o colocámos no quarto. Ficava na casa de banho, onde deixávamos a luz acesa durante a noite para as atrair. Funcionava às mil maravilhas. Não havia nem uma melga em casa. Mas o ar ficava rarefeito na casa de banho e no corredor o que nos deixava muito desconfortáveis. Rapidamente desistimos. Entre estas experiências fracassadas, a nossa criança ia ficando toda picada e depois levava uma eternidade a curar-se.
Este ano, estávamos determinados a encontrar uma solução viável para este problema. Ainda mais porque, com um ano tão chuvoso, assim que começou a aquecer em abril, tivemos logo direito a uma praga de mosquitos! Passámos por isso horas a ler artigos online e experiências pessoais nos foruns . Descobrimos que os repelentes mais eficientes no mercado contêm dietiltoluamida (DEET) e que esta substância está longe de ser isenta de riscos. Podem ler os riscos aqui. Descobrimos que, por essa razão, vários pediatras aconselham as mães a aplicar o repelente sobre os pijamas das crianças para minimizar os riscos. Pareceu-nos uma solução sensata, embora não a tenhamos chegado a experimentar.
Isto porque, entretanto, o conjunto das várias leituras foi abrindo novos horizontes sobre o tema. Entre este artigo do Expresso a explicar o porquê das melgas atacarem mais umas pessoas do que outras, este artigo das Seleções que relata que os Indianos repeliam os insetos friccionando a pele com manjericão, o site da Senhora do Monte que partilha uma receita tradicional de repelente à base de cravinho e o comentário de um Escoteiro num blog a referir que a hortelã é um excelente repelente, fez-se luz : o segredo está nos aromas! É preciso substituir o odor que as atrai por aromas que as repelem.
E foi efetivamente no poder dos aromas que encontrámos a solução que procurávamos. Manjericão fresco não tínhamos no quintal porque ainda não era a época e o de compra não dura no frigorífico. Resolvemos preparar e testar o repelente à base de cravinho proposto no site A Senhora do Monte. Mas enquanto o dito repousava para extrair o aroma, fomos logo experimentando a hortelã.
Primeiro muito a medo, com receio de alguma reação alérgica. Começámos por colocar uma jarra com ramos de hortelã no quarto (felizmente temos bastante hortelã no quintal e agora temos andado a propagá-la para termos ainda mais). Todas as noites retirávamos algumas folhas desse ramo para as colocarmos num saquinho de rede pendurado à cabeceira. Nessa altura, começámos também a friccionar-lhe pequenas áreas do corpo com a hortelã bem lavada, mas depois descobrimos que bastava esfregá-la pelo pijama para fazer efeito. Preferimos essa opção sempre que possível, pois parece-nos sensato evitar causticar a pele. A hortelã deixa algumas manchas no pijama, mas lavam-se com facilidade. Quando o tempo começou a aquecer a sério e mudámos para pijama de calções e manga curta, voltámos então a aplicar diretamente sobre a pele. Com alguma cautela no início e em pequenas áreas, mas felizmente não houve qualquer reação.
Entretanto, como a hortelã se ressente bastante com a chegada do calor do verão, resolvemos precaver-nos e preparar um repelente de hortelã mais fácil de aplicar e mais duradouro do que as folhas frescas. Basicamente, seguimos a receita do repelente de cravinho, mas substituindo o cravinho por uma quantidade generosa de hortelã. É esse repelente que temos usado desde que a temperatura subiu. Com receio de alguma reação ao álcool, começámos por aplicá-lo também com alguma cautela, mas não temos tido problemas. Só aplicamos se ele for dormir num sítio muito quente que deixa prever a existência de melgas ou se andar na rua em noites quentes. Aplicamos pequenas quantidades e apenas nas áreas expostas. E tem sido extremamente eficaz! Se está muito calor e por alguma razão não o aplicamos, é certo e sabido que o miúdo vai aparecer com algumas picadas. Sempre que o aplicamos, não temos problemas.
E o repelente à base de cravinho? Bem, não chegámos a experimentá-lo para as melgas. Usámo-lo como repelente para as formigas (e resulta, mas por pouco tempo, como podem ler aqui).
Gostámos tanto da hortelã. É tão natural e tão fácil tê-la à mão. Foi definitivamente a nossa eleita, embora o manjericão também deva ser igualmente poderoso por ser tão aromático. Para o próximo ano vamos reter que convém termos dois preparados diferentes, um só com o extrato da hortelã em álcool e o outro com o óleo de amêndoas doces adicionado. Isto porque, embora a mistura com o óleo de amêndoas doces seja menos agressiva para aplicar diretamente sobre a pele, deixa nódoas mais difíceis de lavar quando optamos por aplicá-la sobre o pijama. E como é essa a nossa preferência sempre que possível, fará todo o sentido termos dois preparados distintos para o efeito.
E aí por casa, as melgas e mosquitos também vos moem? Que soluções encontram? Também preferem soluções naturais? Também temem inseticidas e outros produtos químicos? Partilhem connosco.